Viver Intensamente

Os riscos de não viver uma vida intensamente

Participação especial: @welder_alves.

Neste mês de setembro somos convidados a viver a conscientização da prevenção do suicídio.

Para marcar a data, vamos abordar no artigo de hoje sobre o ato de colocar a vida em risco.

Desmistificar o porquê, uma pessoa se predispõe em arriscar ou ceifar a própria vida.

Sabemos que nosso cérebro está programado a se autodefender e lutar pela vida.

Desde já nos perguntamos, o que leva uma pessoa desejar o suicídio?

Parece contra intuitivo, imaginar o cérebro, que está preparado para fazer justamente o oposto.

Para esta reflexão, concentraremos sobre o comportamento do ser humano para garantir sua segurança.


Esportes para viver no risco

Imaginar uma pessoa que salta de paraquedas, então, podemos considerar que corre um sério risco de vida?

Este risco é semelhante ao de quem viaja de avião, afinal, se o  avião cair suas chances de sobrevivência serão mínimas.

Outro exemplo, uma pessoa que salta de um bungee jump, também está colocando a vida em risco em troca de uma adrenalina temporária?

No exemplo do corredor que expõem seu corpo ao limite extremo em uma maratona ou ultramaratona, também está atentando contra a vida? 

Porque as pessoas se sujeitam a viver este risco?

Na verdade, a explicação pode não ser tão compreensiva para quem olha de fora do contexto.

Observando um pessoa que salta de paraquedas, caso aconteça uma falha, certamente será criticado por ter procurado aquele destino, a morte.

Mas pensando nos protocolos de seguranças para a prática deste esporte, e mesmo mitigando, o risco continua existindo, como observamos no infográfico.

Infográfico dos principais risco de morte e suas chances de acontecer 2 3 4

Assim como dirigir o carro por uma estrada, pode ser muito mais perigoso, do que o próprio salto de paraquedas.

Outro caso, é comparar o risco de acidente aéreo em relação a quem viaja de carro, conforme observado no infográfico pode ser bem menor.


Viver a experiência nos esportes de risco

Refletindo sobre o que vimos, a vida está em risco a todo momento. As estatísticas estão ai e mostram que pode ocorrer com qualquer um de nós.

Perguntamos então, qual a sensação para quem pula de paraquedas, justifica este risco?

A emoção de pular de paraquedas é algo indescritível, é uma mistura de grandes emoções, que vão desde medo, insegurança até uma euforia incontrolável.
Ao meu ver estas emoções são fortemente afloradas, devido a superação de uma grande barreira. O MEDO!
Pois instintivamente o medo age como uma camada de proteção, evitando determinadas situações de riscos!
E pular de um avião a mais de quatro mil metros de altura, onde seu corpo estará suspenso em queda livre a mais de 200km/h, com toda certeza seu instinto falará mais alto!
Mas a vontade de realizar um objetivo deverá sempre sobressair !!!¹

Entrevista com @welder_alves
Salto de paraquedas
Imagem de jpmn00 por Pixabay

A sensação é a mesma de quem pula de um bungee jump?

A minha experiência com o bungee jump, foi diferente de qualquer outra coisa que eu já tenha feito!
Sempre tive a vontade de praticar este esporte tão temido, mas o receio e a insegurança dentro de mim sempre falaram mais alto!
Mas em 2018 consegui superar mais esta barreira em uma viagem pelo Peru, onde me deparei com o maior bungee jump da América Latina (126m)!
Confesso que fiquei muito pensativo e na dúvida entre saltar ou não, pois iria realizar um esporte altamente radical e friamente “perigoso”, em um país que não detém uma grande infraestrutura de saúde!
Qualquer incidente poderia causar danos irreparáveis!
Porém tive grande incentivo de um amigo e também pesquisei muito sobre a empresa e os profissionais, então fiquei mais seguro!
Agora faltava apenas criar a coragem e então, PAGAR para saltar de 126m com uma corda elástica amarrada no tornozelo!
Depois de curtir as belezas naturais e a história peruana, chegou o dia do salto!
A equipe foi super solicita, me tranquilizou desde o começo do processo e me mostraram total profissionalismo. (Isto contribuiu muito para ficar menos nervoso … rsrsrs), e então depois das cordas amarradas e todos os itens de segurança revistos, subimos no guindaste.
A subida até o topo me pareceu uma eternidade e a cada instante eu ficava mais nervoso, já não controlava a respiração, coração batendo a mil por hora, mal ouvia as últimas orientações!
E então o instrutor abre a portinhola da gaiola e pede que eu vá até a ponta da plataforma e coloque a metade dos dois pés para fora da plataforma, enquanto ele me segurava apenas pela cinta de segurança!
Neste momento não sei dizer qual era o meu sentimento!
Só sei que todos estavam a flor da pele!
Então iniciou a contagem UNO, DOS, TRES….. LISTOOOOOOOOO!
Só soltei o corpo e despenquei de um guindaste!
Melhor e pior sensação do mundo! hehehe…
Mas repetiria novamente com toda certeza!
Afinal foi um grande feito para mim!¹

Entrevista com @welder_alves
Bungee Jump
Imagem de Foto-Rabe por Pixabay

Qual a sensação ou motivação para correr uma maratona?

Neste ponto, posso comentar um pouco, depois de participar de duas provas, onde a sensação é os resultados são mais duradouros.

A maratona se vivencia desde o momento que realiza a inscrição!

A corrida em si, tem o objetivo de atestar que você está preparado para percorrer os quarenta e dois cento e noventa e cinco metros da prova.

Para correr a maratona, o corredor se prepara por longos meses:

  • Adequação de sua alimentação, para receber os nutrientes adequados para o corpo ganhar resistência;
  • Ajustar o descanso, onde o sono faz parte do treinamento;
  • Intensificação da pratica de musculação, para fortalecer toda a estrutura do corpo
  • A rotina de treinamento de corrida aumenta em distância e dias de execução.

O volume de treino é elevado gradativamente e depois reduz, próximo do dia da prova, para que o corpo esteja condicionado para o desafio. 

Assim, ao escolher por fazer uma maratona esta disposto a viver toda esta transformação!

Existe o risco contra a vida, pois seu corpo é colocado em condições extremas, mas também é mitigado.


Como surgiu o setembro amarelo

Porém, hoje queremos falar do setembro amarelo, da pessoa que passa por uma condição adversa e se fecha, acreditando que tirar a vida é a única opção.

Esta comemoração iniciou no Brasil desde 2015, devido o dia 10 de setembro ser comemorado o dia da conscientização sobre a prevenção do suicídio.

Desta forma, adotou-se o mês inteiro de setembro no combate a auto mutilação e ao suicídio espontâneo.

O início ocorreu nos Estados Unidos, no ano de 1994, quando um jovem cometeu suicido. Seus pais e amigos, distribuíram frase escritas em papel com uma fita amarela, para apoiar famílias que passavam pela mesma dor.


Viver com cuidado e atenção ao próximo

O problema pode estar muito próximo, seja na família, amigos ou pessoas de nosso convívio.

A empatia em perceber atitudes ou reações atípicas das pessoas do nosso contato diário é um caminho para tentar identificar atitudes suspeitas.

Imaginar a pessoa que decide tirar a própria vida, por vezes não tenha conseguido enxergar outro caminho.

Aproximar-se destas pessoas, conversar e até orientar para buscar por uma ajuda especializada, pode minimizar as chances de um final trágico.

Problemas todos temos, mas nem todos conseguimos resolvê-los da melhor maneira e acabam optando por um caminho sem volta.

O diálogo é um bom começo para identificar situações que possam ser consideradas de risco para as pessoas.


Vamos viver uma vida intensa

Pensar que uma pessoa que se joga de um bungee jump está disposta a ceifar a própria vida?

Pelo contrário, esta pessoa certamente está com mais vontade de viver do que uma pessoa que não se arrisca, pois sentir a adrenalinas é também uma maneira de se sentir vivo.

E aquela pessoa pacata, que tudo está sempre bom, pode ser a que mais requer cuidados.

Assistimos um mundo violento e cheio de perigos com a criminalidade, imprudência e outros fatores que levam de forma brusca a vida das pessoas.

Pensar que uma pessoal saudável, cheio de projetos pela frente, atenta contra a própria vida?

Por isso, a importância da percepção das atitudes de quem está próximo, pois este é um tipo de transtorno silencioso.

As pessoas não comentam, no máximo, deixara uma carta justificando seu ato ou se despedindo de quem ama.

Vamos chamar atenção não apenas este mês, mas a todo momento e cuidar das pessoas próximas!

Portanto, pessoas pacatas podem sinalizar atenção, pois apenas ela tem consciência do que esta passando.

Além da importância de pensar em todo o cenário da pandemia e o quanto as pressões da quarentena, pode afetar e estimular um pensamento de suicídio.

Vale um alerta! Um novo normal pode não ser normal para alguém que já não estava bem!

Obrigado pela leitura e até a próxima!

REFERÊNCIAS
¹ Entrevista com Welder Alves, do perfil do Instagram @welder_alves.
² https://hypescience.com/e-realmente-perigoso-infografico-compara-risco-de-morte-em-diferentes-atividades/
³ https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/brasil-reduziu-em-32-a-mortalidade-por-lesoes-de-transito-entre-2010-e-2018
4 https://www.megacurioso.com.br/numeros-malucos/74099-quais-sao-as-suas-chances-de-morrer-se-voce.htm

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