Começar e não parar é a melhor definição de hábitos, principalmente aqueles que trazem benefícios em nossa vida.
De antemão falarei de uma data especial onde celebro neste final de semana o primeiro dia oficial, que coloquei um tênis no pé e para sair para correr.
Fica tranquilo que este artigo não é sobre corrida, mas do impacto que ela trouxe e trás em quem se apaixona por este esporte.
Voltando … foi no dia vinte e dois de março de dois mil e quinze que sai pela primeira vez para correr pouco mais de um quilômetro, em uma quadra de futebol próxima da minha casa e depois disso nunca mais parei.
São dez anos que passaram correndo, para não dizer voando, mas de intensas e significativas construções de hábitos.
Uma década ou um quarto de vida no meu caso e mais de quinze mil quilômetros percorridos, poderia usar aquela frase batida do arrependimento de não ter começado antes, mas a sabedoria ensina que comecei no tempo em que precisava.
Também no início da pandemia, em dezessete de março de dois mil e vinte escrevi meu primeiro artigo para o blog do semeando hábitos, que você pode ler aqui.
Duas marcas emblemáticas, de dois hábitos que enraizaram e neste artigo vou compartilhar o que eles significam fora do seu contexto – a corrida e a escrita.
Começar a correr em um domingo de manhã ao meio dia
Tal qual um roteiro de filme, com dia e horário atípicos para atletas corredores, não para aquele que começava sem muita noção ou pretensão do novo esporte.
Buscava por uma atividade que me desse liberdade!
Liberdade para onde eu estivesse, pudesse praticá-la, independente da geografia ou condições climáticas.
Começar fazer algo que pudesse ver uma evolução, seja na distância percorrida ou no tempo desprendido.
Mas a corrida entregou muito mais que apenas isso!
Começar uma terapia que me libertava do terapeuta (não considere uma contra indicação deste profissional), apenas um bom efeito colateral de quem vive este esporte no extremo de sua essência.
Igualmente desperto o desejo por leitura, começando por podcast, depois audiobooks e por fim por perceber o próprio corpo a partir do som que ele produz a cada passada e respiração.
Primeiro você começa, depois você melhora e depois não para mais de evoluir!
Na imagem é possível enxergar tudo o que busquei sem saber que era o que eu procurava dentro da corrida.
Do primeiro quilômetro em uma quadra de futebol de salão a sexta maratona percorrida na mais pura sensação de liberdade.
O primeiro hábito que se forma como uma pedra angular
Começar a correr, a exemplo conceitual do livro “O poder do Hábito”, construiu o que o autor chama de hábito angular.
Estes são ‘hábitos angulares’ e eles podem influenciar o modo como as pessoas trabalham, comem, se divertem, vivem, gastam e se comunicam. Os hábitos angulares dão início a um processo que ao longo do tempo, transforma tudo.¹
Definitivamente uma série de mudanças ocorreu no meu estilo de vida.
Tão pouco serei repetitivo, mas a definição do autor diz tudo e tal qual tudo ganhou outras formas, novas convicções e um desejo de melhorar aquele 1% todos os dias.
Assim, não falo de ser melhor do que alguém que me inspirava, mas ser o agente de inspiração para outras pessoas, fazendo o que contraria o senso comum.
Da mesma forma, começar novos desafios e não parar, este passou a ser o novo barato daquele estilo de vida que acabará por se tornar um hábito.
Minha cabeça processava e construía tudo como se fosse um novo hábito; como ocorre na tecnologia com uma tarefa agendada e religiosamente dia após dia vai é executada e incorporanda ao sistema.
Fatos curiosos das pessoas próximas achavam-me metódico ao extremo, para não dizer esquisito!
Mas o tempo consolidou e mostrou que o caminho novo que eu construía era pouco habitado e por isso tão diferente.
Por sua vez, construi em hábito seja ele qual for, fazendo deles a coisa mais natural possível e aos poucos ninguém mais estranhava e passou-se a admirar.
Começar escrever e disseminar um conhecimento chamado disciplina
Passaram cinco anos desde que comecei a correr, já tinha duas maratonas completas e o mundo se via frente a uma pandemia.
Isolados dentro das casas, surgiu a ideia de construir um blog e falar de algo que havia transformado minha vida – e ainda continua transformando.
Começar o projeto Semeando Hábitos, falando de temas que de fato eu me sentia confortável e de situações que eu acreditava transformar vidas.
A disciplina foi uma das palavras que mais utilizei em meus artigos, ou pelo menos um de seus sinônimos.
Tudo porque estava claro e depois vi Bernardinho eternizar com a frase²:
Abordar o assunto – hábitos deu uma oportunidade e intensidade em outros dois hábitos que melhorei – a leitura e a escrita.
Necessariamente falar de hábitos e o mais importantes, de meus hábitos que transmitia aos outros compreensão, inspiração e aplicação prática.
Baseado em fatos reais! Esta era a tônica de meus artigos, para não dizer uma história, mas expor a minha vida e como cheguei lá e como seria possível, qualquer pessoa chegar também fazendo uso da tal disciplina.
Ao poucos recebi mensagens do quanto meus textos inspiravam e estes foram combustíveis para prosseguir, até que transformei o projeto Semeando Hábitos em ferramenta impulsionadora.
Começar com uma pesquisa de campo até criar meu próprio sistema de gestão de corridas
Da mesma forma que contei em muitos dos artigos a arte da corrida de rua, produzi então meu proprio documentário.
Realizei uma pesquisa de campo com outros corredores, para entender onde eles viviam, o que comiam, quais seus hábitos – como se eu não os conhecesse. Leia aqui.
A partir deste projeto, deu origem a este artigo original, produzido a partir de mais de cem respostas de seres que assim como eu, levavam a corrida como uma paixão.
Porém, este material era apenas o começo, para dar vida a um projeto de product owner, uma habilidade profissional – para construção de um aplicativo de corrida.
Mas não era para ser mais app com GPS como muitos já existentes.
Deveria fazer a gestão dos treinos, mas faltava uma causa nobre para sair do papel – qual problema quero resolver com este aplicativo?
Este material ficou adormecido por dois anos, até que veio a resolução de um problema no grupo de corrida DesafiAno – trata-se de um grupo de whatsapp onde os corredores postam seus treinos e alimentam uma tabela de quilometros percorridos com objetivo de correr o ano – meta deste ano é 2025 KM.
Foi em janeiro de dois mil e vinte quatro que saiu a primeira versão do aplicativo, que permite registrar os quilometros percorridos e extrair em tempo real a tabela atualizada.
Mais que controlar posições, o sistema gerou informações precisas, histórico de evolução, treinos, pace médio, distâncias restantes.
Neste momento além de artigos, tinha também um sistema com mais de vinte usuários ativos compartilhando sua paixão e seu esforço.
Hábitos que se consolidaram nos últimos anos
Apesar da corrida ser o hábito que deu inicio a um legado, por isso chamo de pedra angular, foi através da leitura do livro “o milagre da manhã” que desenvolvi a habilidade de começar meu dia diferente.
Estava escuro lá fora, e algo naquilo dava uma sensação de muito poder. Saquei a lista de atividades de desenvolvimento pessoal capazes de mudar minha vida que havia escrito.³
Para o autor foi transformador e igualmente pude sentir e sinto ainda, a mesma sensação que ele descreveu ao realizar estes hábitos logo ao acordar:
- Beber 500ml de água para repor a hidratação perdida durante o sono
- Realizar 7 minutos de atividade física para ‘acordar’ o corpo
- Praticar o silêncio com orações e meditações
- Escrever um diário das coisas positivas para o meu dia
- Repetir afirmações de minhas metas para o longo prazo
- Praticar exercícios de conversação em inglês e espanhol. Leia mais.
Todas estas atividades na minha primeira hora da manhã, para logo em seguida fazer uma atividade física mais longa, intercalando entre os dias, fortalecimento na academia e ou corrida de rua.
Começar um novo ciclo reforçando o que funciona e sempre funcionará
Por fim estamos por começar um novo ciclo que se tratando de hábitos será repetir o de ontem, como fiz hoje e farei amanhã enquanto fizer sentido.
Quando deixar de fazer sentido, será o momento de adaptar um novo hábito e seguir a vida.
Parece simples e de fato é, basta não querer complicar ou encontrar uma desculpa para não fazê-lo.
Igualmente Chorão do Charlie Brown Junior4 cantava com propriedade:
as vezes faço o que quero, e as vezes faço o que tem que fazer.
Por curiosidade, nestes dez anos de corrida foram concluídas:
- 6 maratonas (42 km)
- 12 meias maratonas (21 km)
- 5 corridas de dez milhas (16 km)
- 4 corridas de dez quilômetros
- 1 corrida de cinco quilômetros
Também no semeando hábitos foram publicados 214 artigos sobre desenvolvimento pessoal e 655 artigos sobre o desenvolvimento nos treinos de corridas.
Agradeço sua leitura e espero revê-lo em breve por aqui, para compartilhar mais um pouquinho dos meus hábitos e histórias.
Referências
¹ DUHIGG, Charels. O Poder do Hábito: Porque fazemos o que fazemos na vida e nos negócio. Tradução de Rafael Mantovani. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
² Mensagem do Bernardinho. Disponível em: https://pt.pinterest.com/pin/853854410583636987. Acessado em 23/03/2025.
³ Erold, Hal. O milagre da manhã: o segredo para transformar sua vida (antes das 8 horas). Rio de Janeiro: BestSeller, 2023.
4 Charlie Brown Junior – música Vícios e virtudes. Disponível em https://www.letras.mus.br/charlie-brown-jr/751729. Acessado em 23/03/2025.
